Do que morreu Gugu Liberato?

Nos últimos dias, circulou pelos grupos de Whatsapp uma mensagem de autoria do médico geriatra Dr. Carlos Sperandio, muito lúcida, a respeito da morte do apresentador de TV Gugu Liberato, que transcrevemos abaixo:

Do que morreu Gugu Liberato?

Erde, Dr Carlos! Onde você estava nos últimos dias? Gugu morreu de traumatismo craniano após queda de nível, cerca de 4 metros, na casa nova recém adquirida no mesmo condomínio que morava em Orlando, nos Estados Unidos.

Negativo. Gugu morreu de decisão errada. Ele acreditou ter condições físicas e cognitivas para subir em um lugar perigoso e negligenciou o risco de queda.

Erro na tomada de decisão e quedas são dois gigantes da geriatria que causam muitas mortes todos os anos entre os idosos.

Gugu tinha 60 anos. Pelas leis brasileiras ele era considerado idoso. Hoje, muitos sessentões podem contrapor essa prerrogativa legal, pois não à toa se diz “os 60 são os novos 40”. Fato que verifico na prática – tenho pouquíssimos pacientes de consultório com menos de 70 anos.

“Velho é quem tem mais de 75 anos”, dizem. E estão certos por vários ângulos. Mas, não por todos.

Todos devemos primar por nossa segurança, desde o uso do cinto de segurança, até mesmo olhando onde pisamos e/ou subimos. O número de idosos que cai e quebra o fêmur por ter subido numa simples banqueta ou por ter tropeçado no caminho que sempre faz dentro da própria casa é enorme! Na geriatria jamais tiramos o poder de decisão do idoso. Cabe a nós apenas salientar que a capacidade funcional diminui inexoravelmente, aumentando a chance de risco com movimentos considerados habituais para os jovens. Ou seja, pode fazer, mas pense duas vezes antes com o cérebro no modo da idade que ele realmente tem.

“Segurança é a palavra de ordem nas quedas evitáveis.”

De acordo com matéria divulgada sobre Queda em Idosos no site Manual MSD (um dos maiores laboratórios farmacêuticos do mundo), as quedas são comuns entre os idosos. Cerca de um terço dos idosos que vivem em casa caem pelo menos uma vez por ano e das pessoas que vivem em uma casa de repouso, cerca de metade.


Recursos do assunto

  • A maior parte das quedas ocorre quando as pessoas com um problema físico que compromete a mobilidade ou o equilíbrio encontram um perigo em seu entorno;
  • Embora muitas pessoas não apresentem sintomas antes de uma queda, algumas sentem tonturas ou outros sintomas;
  • Após uma queda, as pessoas podem ter ossos quebrados ou hematomas;
  • Os médicos frequentemente fazem testes para avaliar se um quadro clínico subjacente contribuiu ou não para a queda;
  • As quedas podem ser evitadas tomando-se precauções em casa;
  • Após as lesões serem tratadas, as pessoas trabalham com fisioterapeutas para ajudar a reduzir o risco de quedas posteriores.

Para saber mais sobre quedas em idosos e garantir mais seguraça para você e seus familiares, clique aqui para acessar a matéria na íntegra no site Manual MSD.

Fonte: Manual MSD e Dr Carlos Sperandio, médico geriatra

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