A atenção primária à saúde, ou atenção básica, é considerada a porta de entrada do indivíduo no sistema de saúde. Nela, são desenvolvidas estratégias de atendimento que buscam promover qualidade de vida e cuidados preventivos, de acordo com o grau de vulnerabilidade de cada população. Quando bem aplicado, esse conjunto de ações é capaz de solucionar cerca de 80% dos problemas de saúde.
É o que afirma o vice-diretor do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFMG (Nescon/UFMG), Edison Corrêa. “Eu trabalho com um território, uma população, no sentido de dar qualidade para a saúde das pessoas. Para isso, deve-se levar em conta os riscos dos estilos de cada família, pois a equipe não está ali para combater a doença, e sim para promover a saúde”.
No Sistema Único de Saúde (SUS), a atenção primária é colocada em prática por meio da Estratégia Saúde da Família, desenvolvida em 1994 pelo Ministério da Saúde. O projeto conta com equipes multiprofissionais, que incluem, por exemplo, médicos de família e comunidade, enfermeiros e agentes comunitários. Para que as ações sejam bem-sucedidas, é necessário que as unidades de saúde estabeleçam uma relação próxima com a comunidade.
Essa ligação pode ser feita pelo agente comunitário de saúde através das visitas domiciliares, quando são levadas informações às famílias e coletados os dados de cada indivíduo para a unidade de saúde. Assim, a equipe de Estratégia Saúde da Família passa a conhecer os principais obstáculos da população que ela atende, antes mesmo do usuário comparecer à unidade. “É necessário conhecer os problemas que a comunidade está tendo, discutir e buscar soluções dentro da atenção básica. Desta forma, o nosso índice de recuperação e sucesso na atenção básica vai ser maior do que 80%”, ressalta Edison Corrêa.
A troca de informações entre a comunidade e a unidade básica de saúde reflete diretamente na qualidade do atendimento, já que a população local passa a entender esse processo e a importância da prevenção. Isso, além de influenciar na forma das pessoas procurarem as unidades, uma vez que elas tendem a fazer o controle da saúde e evitam aparecer somente em casos de emergência, ajuda a diminuir a demanda de atendimento e o tempo de espera nas unidades.
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência apresenta a série “Medicina de Família e Comunidade” entre os dias 30 de novembro e 4 de dezembro. De segunda a sexta-feira às 5h, 8h e 18h, ouça na rádio UFMG Educativa, 104,5 FM. O programa, produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG, tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde.
Ele também é veiculado em outras 175 emissoras de rádio, que estão inseridas nas macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.